sábado, 29 de março de 2008

Eu

Um grande amigo meu (acho que é a única pessoa que acompanha os meus posts e ainda acha que tudo que escrevo é legal) me disse uma vez que "Deus dá nozes a quem não tem dentes" e acredito que, mesmo sem a intenção, ele me deu um dos mais sábios e valiosos conselhos que já ouvi em toda a minha vida. Foi um verdadeiro: "ACORDA TICIANA! TE VALORIZA!" E ao mesmo tempo não deixou de ser um grande elogio à minha pessoa.
Hoje, a caminho do trabalho, ouvi esta música que eu adoro e achei as partes que destaquei o que eu queria que dissessem de mim. Pois é, tem gente que realmente não me conhece.

Infinito Particular (Marisa Monte)

Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta-bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder

Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular

sábado, 8 de março de 2008

Mulher

Mulher é um bicho esquisito. Já ouvi essa frase algumas vezes e nunca me surpreendi. Mas também, pudera, a gente passa por cada coisa. TPM, menstruação, jornada de trabalho dobrada, carregar de 10 kg a 12 kg a mais durante a gravidez, tentar estar sempre linda, cheirosa, cabelo bem cortado e arrumado, unhas feitas ou pelo menos limpas, fazer a lição com os filhos, cuidar da casa, do marido, das roupas, da comida...ufa!!! São tantas coisas que nos são quase que exigidas hoje que nem dá pra lembrar de tudo assim, de uma vez. E, depois de tudo isso, há aquele dia em que você põe aquela roupa legal, mas que te faz parecer mais rechonchuda do que você é e, se você é casada, está na idade fértil, lá vem a inevitável e indiscretíssima pergunta: "Você está grávida?" Pense numa coisa pra me deixar sem graça, totalmente desconcertada. Pensou? Pois é, essa perguntinha é danada. Mas é assim mesmo. Acho que fomos feitas pra tudo isso realmente, senão não agüentaríamos!!! Sexo frágil uma pitomba!!!

Sabor de Infância


Uma das minhas manias é a de associar sabores e cheiros à épocas, situações e pessoas, o que não é uma exclusividade minha. Por exemplo: quando eu era adolescente o perfume mais cobiçado pelas meninas era Lou-Lou. Cheiro da minha querida amiga-irmã-ex-cunhada-sumida Elis. Boa lembrança. Mas na realidade, minha intenção neste post é falar de comidas, ou melhor: brebotes!!!!
Acho que não há nada mais cara da minha infância do que aquele pirulito de caramelo de açúcar, bem comprido, que melecava tudo (e que Vovô João sempre comprava quando íamos para a casa dele); rolete de cana-de-açúcar (indo para Itamaracá) e, finalmente, cavaquinho!!!! Pra quem não sabe ou não lembra, cavaquinho é um biscoito bem fininho em forma de cilindro, feito da mesma massa de casquinha de sorvete, que geralmente é vendido em semáforos. Muitas pessoas acham que ele não tem gosto, que é sem graça, mas pra mim é algo que realmente tem sabor de infância.
Eu ia por uma foto do cavaquinho, só que eu comi os três pacotes que eu tinha aqui comigo então fica a do pirulito mesmo!

quinta-feira, 6 de março de 2008

Que injustiça!

Fazendo um 'link' entre o post anterior e o carnaval, não poderia deixar de lado "A Flor", escrita por Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante em forma de diálogo, em pleno Carnaval de Olinda.
Ouvi dizer, do teu olhar ao ver a flor
Não sei por que achou ser de um outro rapaz,
Foi capaz de se entregar...
Eu fiz de tudo pra ganhar você pra mim, mas mesmo assim
Minha flor serviu pra que você achasse alguém,
Um outro alguém que me tomou o seu amor
Eu fiz de tudo pra você perceber que era eu
Tua flor me deu alguém pra amar
E quanto a mim?
Você assim e eu, por final, sem meu lugar!
Eu tive tudo sem saber quem era eu...
E eu que nunca amei a ninguém
Pude então, enfim amar

quarta-feira, 5 de março de 2008

Último Romance

Sou suspeita p'ra falar de música. Sempre fui muito preconceituosa: não suportava pagode, forró (o estilizado continuo não suportando), música baiana, brega (esta eu não suporto também), etc. Lembro bem o quanto eu chinguei meu pai por ele, em plena tarde de domingo, assistir ao Domingão do Faustão, principalmente porque estava se apresentando uma bandinha nova que tinha conseguido fazer seu hit-chicletinho-de-ouvido fazer muuuuuuuuuiiiiiiiittttttooooooooo sucesso. Adivinhe de quem estou falando: Los Hermanos. O hit: Anna Júlia. Aff!!! Minha reação foi imediata: que porcaria é essa? Poxa, ledo engano!!! Nem lembro como chegou às minhas mãos o primeiro álbum dos garotos: Los Hermanos. Um quê de circo-carnaval de rua, melodias, metais, hardcore... Gostei!!! Para minha surpresa, Los Hermanos era uma banda maravilhosa. Mas não parei por aí. Vieram o Bloco do Eu Sozinho, perfeito, Ventura, mais maduro e por fim o 4, um pouco difícil de digerir, mas muito bom. Daí um sentimento de alegria misturada à melancolia me invade toda vez que paro para escutá-los. Perfeição. E o show no Armazém 14, inesquecível. Hoje em dia nem dá mais pra dizer assim: a minha música do Los Hermanos preferida é... mas, aí embaixo vai uma delas:


Eu encontrei quando não quis
mais procurar o meu amor.
E quanto levou foi p'reu merecer
antes um mês e eu já não sei...
E até quem me vê lendo o jornal
na fila do pão sabe que eu te encontrei.
E ninguém dirá que é tarde demais,
que é tão diferente assim.
Do nosso amor a gente é que sabe!
Me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém
afim de te acompanhar.
E se o caso for de ir à praia eu levo essa casa numa sacola!
Eu encontrei e quis duvidar.
Tanto cliché deve não ser.
Você me falou pr'eu não me preocupar
ter fé e ver coragem no amor
E só de te ver eu penso em trocar
a minha TV num jeito de te levar
a qualquer lugar que você queira
e ir onde o vento for, que pra nós dois
sair de casa já é se aventurar.
Vai, me diz o que é o sossêgo
que eu te mostro alguém afim de te acompanhar
E se o tempo for te levar
eu sigo essa hora e pego carona pra te acompanhar.




domingo, 2 de março de 2008

Mau Humor


Ultimamente meu mau humor tem me tornado insuportável. Nem eu estou me agüentando! Sabe aquela estória de engolir elefantes e engasgar-se com um mosquito? Bem, isso descreve as minhas duas últimas semanas. Eu vinha pensando em postar sobre esta minha infeliz condição que, certamente, é muito inconveniente principalmente pra quem convive comigo: filha e marido são alvos constantes da minha rabugice (ah como eu os amo, mas não tenho demonstrado!), mas hoje ao conversar com uma pessoa que até pouco tempo era uma completa estranha, decidi mudar de assunto.
Conheci uma senhora muito simpática esta tarde. Casada há 44 anos, deu-me conselhos valiosíssimos sem nem perceber. Conversávamos sobre como é bom ter a casa cheia de amigos, recebê-los mesmo quando não são nossos e sim dos nossos filhos, sobre a alegria que nos dá em compartilhar momentos como os que passei hoje. Não sei como nossa conversa desviou-se para os relacionamentos, a tolerância, o amar pelas qualidades sem incomodar-se com os defeitos, o viver bem com o outro sem tentar mudá-lo, o reconhecer que assim como eles nós também somos imperfeitas. Tudo isso tocou-me de uma forma inimaginável. Fez-me pensar em muitas das minhas atitudes, que até achei que eram incontroláveis, mas que agora bem sei que podem ser, no mínimo, amenizadas. É só ter paciência e bom senso.