domingo, 11 de maio de 2008

Dia das Mães

Segundo domingo de maio. Dia das Mães. Dia de reunião familiar, mesa farta, sobremesa gostosa, presentes, choradeira...
No caminho pra casa vim pensando no quanto isso me é necessário. Dias festivos são a minha oportunidade de ver a família toda, ou quase toda, reunida... Mãe, pai, avô, avó, tios, tias, primos, primas... pelo menos de um dos lados da família.
Quando minha avó paterna faleceu, em 1991, o outro lado da família começou a se desfazer, o que foi concluído com a morte do meu avô em 2003... De lá pra cá nos vemos muito pouco, quase não nos falamos, alguns (que eram muito pequeninos) nem reconhecemos. O que faz uma família ser unida?
Posso me considerar uma pessoa de sorte: só fui ao cemitério 3 vezes em toda a minha vida. Infelizmente, em uma dessas vezes foi por meu avô (e ainda me fizeram escrever no túmulo dele).
Como é estranho viver... a gente nasce, cresce, estuda, trabalha, casa, têm filhos, envelhece, perde pessoas queridas pelo caminho e se perde... Acho que tenho mais medo de enfrentar a morte dos que me são caros do que a minha própria.
Vixi, quanta coisa me veio à mente ao mesmo tempo, não reclamo mais...
Mas é isso, resumindo, é nos dias como o de hoje que percebo o quanto preciso da minha família, o quanto eu gostaria de estar mais perto de cada um, de ajudar, de cuidar, de abraçar... E percebo também que a união deste lado da família não durará muito tempo...

domingo, 4 de maio de 2008

Ouvir


"Nada melhor como ouvir outras pessoas para voltar a pensar. Nesses três últimos dias, saí totalmente da minha rotina para conviver com pessoas que não fazem parte da minha vida cotidiana. Algumas já fizeram, outras nem sequer conhecia de vista. Foi de uma dessas pessoas que ouvi algo muito interessante sobre a nossa profissão: 'O professor é um pouco de tudo, somos pais, mães, amigos, educadores, carrascos, palhaços, contadores de piadas, de histórias, pedagogos, psicólogos, cientistas, pensadores, gênios... então, vamos usar tudo o que somos.' Engraçado como tenho me apropriado das falas alheias."

Este parágrafo era a introdução de um post que iniciei, mas por algum motivo não terminei. O escrevi assim que terminou o I Congreso Nordestino de Español, ou seja, os três dias aos quais me referi. Mas lendo o que era apenas um rascunho, me dei conta de como o que citei é verdadeiro, principalmente porque tive há umas duas semanas uma experiência desagradabilíssima: recebi críticas. (Na realidade, estou postando em 13 de junho e não 4 de maio)
Confesso que não costumo aceitar facilmente que estou errada, as críticas, por mais bem intencionadas que sejam, me magoam. Pode ser um defeito, ou não. Pode ser apenas um processo, aceitar ou não aceitar. Mas com certeza é um fato, críticas me magoam.
Como falei, há poucas semanas recebi a notícia de que não fui bem aceita em uma das turmas de pré-vestibular com as quais trabalho. Achei estranho o número de críticas, pois não havia tanta gente na sala de aula, mas descobri que a pesquisa já havia sido feita há algum tempo, então os alunos criticaram e sumiram. Num momento de insensatez, fui conversar com aqueles heróis da resistência, os alunos que continuam assistindo às minhas aulas, e descobri que muitos gostavam de mim, tinham consciência do que sei, mas que não conseguiam me acompanhar. Até aí tudo bem, eu sempre estou disposta a acelerar ou reduzir o ritmo, até porque nem todo mundo aprende do mesmo jeito. O grande problema pra mim, foi perceber que minha aparência, idade, modo de vestir, exerceram influência sobre as opiniões. Fui verbalmente agredida por uma aluna extremamente grosseira, indelicada... Não eram as minhas aulas o alvo de suas críticas e sim eu mesma. Então, acho que não me encaixo na descrição de professor feita pela colega do congresso. Palhaça, contadora de piadas, eu sei que não sou.

Novas idéias

Estava pensando que ultimamente não tenho tido novas idéias. Isso é muito estranho. Nunca fui uma pessoa predisposta a ter idéias geniais, mas sempre me considerei razoavelmente inteligente, inteligente ao ponto de não parar de pensar e refletir por um segundo sequer. Existe processo de "emburrecimento"? Acho que o grande problema das pessoas de um modo geral atualmente é a falta de tempo. Pelo menos comigo tem sido assim. Tantas coisas a serem feitas que não sobra tempo nem para pensar, já que todo a minha atenção está voltada para "o que vou fazer agora?". Que coisa mais chata. Ah, como sinto falta de ir ao cinema, à praia, de devorar um bom livro em dois dias por não parar de ler, de dormir tarde e acordar tarde, de dormir cedo e acordar tarde! Ler. Uma das minhas atividades prediletas, mas tudo que tenho lido é apenas o necessário para continuar exercendo minha profissão. "Amo minha profissão, odeio meu emprego". Uma pessoa muito importante em minha vida disse isso uma vez. Perfeito. Se eu pudesse, transformaria tudo em um belo romance. Romance daqueles em que o narrador-personagem é também onisciente. "Bendicta ficción que nos hace alejarnos de la realidad pragmática, aburrida y desoladora".(Profº Santiago Navia)