sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Depende.

Acho que escolhi a profissão certa, apesar dos pesares. Outro dia me perguntaram o que eu queria ser se não fosse professora e eu não soube o que responder... Quando fiz vestibular pela primeira vez, por experiência, fui na conversa do meu pai e escolhi Direito. Passei na primeira fase e foi bom porque pude participar de todo o processo, desmistificando muita coisa que o povo falava sobre o vestibular. Quando fiz pela segunda vez, agora já no terceiro ano do ensino médio e pra valer mesmo, não me atraiu a idéia de ser advogada, fiquei em dúvida mesmo entre Letras, Filosofia e História. Depois de pensar um bocado e sentir realmente quais eram as minhas qualidades e as minhas deficiências, optei por Letras na Federal e Educação Física na UPE (acredite se quiser, querido leitor, eu fui atleta!), já que a Faculdade de Formação de Professores mais próxima fica em Nazaré da Mata. Vestibular feito, remanejamento na UPE e passe livre na UFPE. Nem voltei pra saber do remanejamento!!!
O que me encantava no curso de Letras, no início, era a Literatura. Resultado da fortíssima influência de um grande mestre, daqueles que
você só encontra uma vez na vida, quando encontra: Cláudio Lira. Além de ótimo profissional, uma grande alma, inquieta e apaixonada por aquilo que era o seu objeto de trabalho. Difícil demais ser como ele. E eu queria ser como ele.
Comecei a lecionar no 3º período, mas era um estágio pequeno, um minicontrato com o Estado, uma grande experiência. Vi muita coisa que não fazia parte da minha realidade de filha da classe média, vi muita coisa que me fez pensar duas vezes no tipo de profissional que eu me tornaria. Passado o estágio, lecionar Língua Portuguesa não era bem o que eu queria, ainda perseguia o sonho de ensinar Literatura. Mesmo assim, escolhi como perfil o currículo de Língua Portuguesa e Língua Estrangeira Moderna-Espanhol. Após 1 ano ensinado Literatura, percebi que não seria nada fácil chegar onde eu queria e ao mesmo tempo estava brotando em mim outra paixão, a paixão pela Língua Espanhola. Lá dentro do curso me deparei com dois verdadeiros anjos, os Professores Miguel Espar e Alfredo Cordiviola, que sempre me incentivaram e me fizeram estudar, sempre tiveram também muita paciência comigo, me orientando e me guiando. Mas, como tudo na vida, nada depende somente de nós. A influência exercida por todas as pessoas que passam pela nossa vida, que tropeçam em nós nessa caminhada, pode ser positiva ou negativa. Tenho muita sorte por saber aproveitar tudo de toda e qualquer situação, seja ela favorável ou não. Sempre temos algo a aprender, mesmo que seja da pior maneira. Acho que escolhi a profissão certa porque na grande maioria das vezes, meu trabalho só depende exclusivamente de mim, do meu esforço, da minha dedicação, da minha negligência. Eu colho os louros e também os frutos amargos. Difícil é saber que pra se viver temos que ser um e vários ao mesmo tempo. Ter uma dose diária de hipocrisia e falsidade, saber ser diplomático ou omisso quando necessário. Mas mesmo assim, nossa essência continua lá, no mesmo lugarzinho, intocável, imutável. Nós só mudamos pelos outros, nunca por nós mesmos.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Frase



"O inferno são os outros."

Jean-Paul Sartre.