domingo, 4 de maio de 2008

Ouvir


"Nada melhor como ouvir outras pessoas para voltar a pensar. Nesses três últimos dias, saí totalmente da minha rotina para conviver com pessoas que não fazem parte da minha vida cotidiana. Algumas já fizeram, outras nem sequer conhecia de vista. Foi de uma dessas pessoas que ouvi algo muito interessante sobre a nossa profissão: 'O professor é um pouco de tudo, somos pais, mães, amigos, educadores, carrascos, palhaços, contadores de piadas, de histórias, pedagogos, psicólogos, cientistas, pensadores, gênios... então, vamos usar tudo o que somos.' Engraçado como tenho me apropriado das falas alheias."

Este parágrafo era a introdução de um post que iniciei, mas por algum motivo não terminei. O escrevi assim que terminou o I Congreso Nordestino de Español, ou seja, os três dias aos quais me referi. Mas lendo o que era apenas um rascunho, me dei conta de como o que citei é verdadeiro, principalmente porque tive há umas duas semanas uma experiência desagradabilíssima: recebi críticas. (Na realidade, estou postando em 13 de junho e não 4 de maio)
Confesso que não costumo aceitar facilmente que estou errada, as críticas, por mais bem intencionadas que sejam, me magoam. Pode ser um defeito, ou não. Pode ser apenas um processo, aceitar ou não aceitar. Mas com certeza é um fato, críticas me magoam.
Como falei, há poucas semanas recebi a notícia de que não fui bem aceita em uma das turmas de pré-vestibular com as quais trabalho. Achei estranho o número de críticas, pois não havia tanta gente na sala de aula, mas descobri que a pesquisa já havia sido feita há algum tempo, então os alunos criticaram e sumiram. Num momento de insensatez, fui conversar com aqueles heróis da resistência, os alunos que continuam assistindo às minhas aulas, e descobri que muitos gostavam de mim, tinham consciência do que sei, mas que não conseguiam me acompanhar. Até aí tudo bem, eu sempre estou disposta a acelerar ou reduzir o ritmo, até porque nem todo mundo aprende do mesmo jeito. O grande problema pra mim, foi perceber que minha aparência, idade, modo de vestir, exerceram influência sobre as opiniões. Fui verbalmente agredida por uma aluna extremamente grosseira, indelicada... Não eram as minhas aulas o alvo de suas críticas e sim eu mesma. Então, acho que não me encaixo na descrição de professor feita pela colega do congresso. Palhaça, contadora de piadas, eu sei que não sou.

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