sábado, 19 de julho de 2008

19 de Julho

Há 28 anos, um sábado chuvoso, 8h10m, 49cm, 3.690gm, parto cesariana, abertura das Olimpíadas de Moscou, ursinho chorando formado com painéis pelas pessoas na platéia. Lembranças de minha mãe. Depois de oito dias o nome: Ticiana - que significa 'venerável'. Às vezes 28, 18, 8, 38, 48, 58, 68... parecem uma coisa só. Tanta coisa já vivida e tanta coisa ainda por viver. Amigos que perdi e recuperei, amigos que ganhei, amor acabado e amor encontrado, filhas-tesouros, família feita de saudades que se podem matar... Aos poucos relembro como cheguei até aqui: tentando sempre não atrapalhar o caminho de ninguém, tentando pôr em prática tudo que meus pais me ensinaram, tentando sempre respeitar a todos com quem convivi, tentando ensinar às minhas filhas tudo que aprendi, tentando ensinar aos meus alunos o pouco que sei também sobre a vida, tentando ser honesta, tentando ser feliz... Pois é, acabo de concluir que a vida é feita de tentativas que de vez em quando dão certo, de vez em quando não dão ou acontecem de uma forma totalmente inesperada. A única coisa da qual podemos ter certeza é de que a cada ano que passa já não somos mais como éramos, não podemos ser e, talvez, não queremos ser. Espero que um dia eu possa olhar para todo o caminho que percorri e perceber que não mudaria nada.

Um comentário:

Tailany Silva disse...

Texto muito bom. Pra que mudar nossos caminhos, se por mais obscuros que eles pareçam ser, sempre nos levam a algum grande aprendizado?