Há 28 anos, um sábado chuvoso, 8h10m, 49cm, 3.690gm, parto cesariana, abertura das Olimpíadas de Moscou, ursinho chorando formado com painéis pelas pessoas na platéia. Lembranças de minha mãe. Depois de oito dias o nome: Ticiana - que significa 'venerável'. Às vezes 28, 18, 8, 38, 48, 58, 68... parecem uma coisa só. Tanta coisa já vivida e tanta coisa ainda por viver. Amigos que perdi e recuperei, amigos que ganhei, amor acabado e amor encontrado, filhas-tesouros, família feita de saudades que se podem matar... Aos poucos relembro como cheguei até aqui: tentando sempre não atrapalhar o caminho de ninguém, tentando pôr em prática tudo que meus pais me ensinaram, tentando sempre respeitar a todos com quem convivi, tentando ensinar às minhas filhas tudo que aprendi, tentando ensinar aos meus alunos o pouco que sei também sobre a vida, tentando ser honesta, tentando ser feliz... Pois é, acabo de concluir que a vida é feita de tentativas que de vez em quando dão certo, de vez em quando não dão ou acontecem de uma forma totalmente inesperada. A única coisa da qual podemos ter certeza é de que a cada ano que passa já não somos mais como éramos, não podemos ser e, talvez, não queremos ser. Espero que um dia eu possa olhar para todo o caminho que percorri e perceber que não mudaria nada.
Um comentário:
Texto muito bom. Pra que mudar nossos caminhos, se por mais obscuros que eles pareçam ser, sempre nos levam a algum grande aprendizado?
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